Fundação debate eventos climáticos extremos

Em live que reuniu lideranças da academia, de movimentos sociais e do campo socioambiental, foi realizado dia 18 de outubro o 3º Seminário Difuso, promovido pela Fundação Rede Brasil Sustentável, com o tema “Eventos Climáticos Extremos”.

Para esta edição, foram convidados Diosmar Filho (Bahia) geógrafo e pesquisador da Associação e Pesquisa Ialeta; Miriam Prochnov (Santa Catarina) pedagoga, educadora e ambientalista; Marivelton Baré (Amazonas) liderança indígena e Saulo Roberto (Paraíba) professor universitário em Geociência da Universidade Federal da Paraíba.

Os desafios das adaptações climáticas, a vulnerabilidade sobretudo das populações mais pobres e a responsabilização da gestão pública foram alguns dos tópicos abordados pelos debatedores, com a intermediação de Júlio Rocha, do Conselho Curador da Fundação.

Miriam Prochnov salientou os impactos da crise climática já estão acontecendo na forma dos desastres naturais. “As mudanças climáticas estão aí, são um fato, não tem mais como negar. Uma das coisas que nós temos que fazer é não perder mais nenhum tempo com negacionistas.” 

Para o professor Saulo Roberto, os desastres naturais têm de estar na pauta das políticas públicas.  “O desastre não é natural, ele é uma construção social. A  desnaturalização do desastre tem uma importância superlativa na gestão pública e na política. A partir do momento em que o desastre deixa de ser entendido como ‘natural’ e passa a ser tratado como um fenômeno social e político, os gestores precisam ser responsabilizados por estes  impactos.”

O geógrafo Diosmar Filho também compartilha da visão de que é preciso adotar ações preventivas de caráter preservacionista e fez uma provocação aos gestores públicos.  “Como ter um olhar na governança para a adaptação climática ou governança de prevenção se você tem todo o investimento pautado só depois que uma tragédia acontece?” 

A importância dos povos indígenas para a preservação do patrimônio ambiental brasileiro foi pontuada por Marivelton Baré. “Há uma conta a pagar aos povos da floresta que hoje sequer são compensados pela própria preservação que mantêm hoje o nosso estado (Amazonas) como o maior em áreas preservadas do Brasil.”

Os Seminários Difusos são sempre realizados no dia 18 de cada mês para promover diálogos e contribuir para a formação dos filiados da Rede Sustentabilidade e interessados em geral.

A íntegra desta edição sobre Eventos Climáticos Extremos está no canal da Fundação Rede Brasil Sustentável no Youtube  (https://www.youtube.com/live/dh2pFOcmSuQ?si=XJki_1cieKfBmq5Z)