Vanda Witoto participa da COP 28 com esperança e preocupação
“Às vezes dá até a sensação de que um novo mundo está surgindo e que vai dar tempo de as coisas mudarem quando vejo uma mulher indígena chefe da delegação brasileira na COP. Mas eu percebo que, junto com a esperança, o descrédito ronda as conversas.” Um misto de confiança e preocupação marcou as primeiras impressões de Vanda Witoto ao participar da COP 28, a Conferência do Clima realizada em Dubai, nos Emirados Árabes.
A líder indígena e diretora de Políticas Sociais da Fundação Rede Brasil Sustentável integrou a comitiva sustentabilista e acompanhou as discussões dos países diante do desafio de frear o aquecimento do planeta, a devastação das florestas e reduzir as desigualdades sociais e ambientais.
Crítica em relação à participação na Conferência do Clima de empresas exploradoras de petróleo e mineração, ela aponta contradições entre o que dizem e o que realmente causam ao meio ambiente. “Uma dessas empresas é a Braskem, mineradora com atuação global, que na COP apresentou painéis sobre sustentabilidade e transição ecológica, mas no Brasil está impactando milhares de vidas de forma trágica em função da destruição de uma área gigantesca na cidade de Maceió (AL).”
Vanda Witoto também é personagem do documentário “Elas na COP”, de Maia de Barros e Danila Bustamante, que retrata a atuação de mulheres ativistas no enfrentamento da atual crise civilizatória marcada pelas mudanças climáticas. Para ela, os encontros da COP 28 têm sido muito potentes, com trocas de experiências e conquista de novos aliados na luta para salvaguardar a vida na terra
“A mudança climática já é uma situação gravíssima e real que estamos vivendo, como a grande seca que atinge o meu estado do Amazonas. Este é o ano mais quente que já tivemos e que vai trazendo o aumento da fome, a falta de acesso a água potável e a degradação do ecossistema . E ver nossas lideranças políticas não assumirem um compromisso claro neste enfrentamento é frustrante.”
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