
Guarani – Cartilha de educação política
Publicação tem caráter didático sobre as diferenças entre os poderes executivo e legislativo nos âmbitos federal, estadual e municipal, detalha o funcionamento das casas legislativas, “traduz” termos específicos dos parlamentos, explica como se calcula o quociente eleitoral e oferece um passo a passo sobre o desenvolvimento de propostas de campanha tendo a sustentabilidade como bandeira política.
A tradução das cartilhas em línguas indígenas tem o objetivo de incentivar o crescimento da representatividade dos povos originários no sistema político brasileiro com a participação das lideranças indígenas nos processos eletivos.
Guarani
Os Guarani e Kaiowá (do estado de Mato Grosso do Sul) fazem parte do Grande Povo Guarani, que habita as terras baixas da América do Sul, compreendendo Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia. As etnias que compõem este povo são: os Mbya, os Pãi-Tavyterã (no Brasil, conhecidos como Kaiowá), os Guarani (no Brasil são denominados Guarani ou Ñandeva) e os Ache-Guayakí.
A língua é o guarani, com sua diversidade e pluralidade ricas em história, cantos e saberes cosmológicos, que são repassadas de geração a geração, constituindo territórios tradicionais (tekoha). Os antepassados contam que a língua guarani é a língua das divindades, geminada na relação múltipla com os seres do universo, fundando o próprio tempo/espaço (ára) e utilizá-la é o ato de aperfeiçoar o nosso modo de ser (teko porã) na construção de um mundo melhor.
Como idioma, o guarani está ligado ao território, ou seja, é a língua do próprio território, por isso, o povo indígena luta pela demarcação das terras originalmente ocupadas pelas comunidades tradicionais para dar voz ao próprio território e ao tempo.
Tradução
Eliel Benites é professor indígena da etnia Guarani e Kaiowá, graduado em Licenciatura Indígena pela Universidade Federal da Grande Dourados (2011), mestrado em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (2014) e doutor pela Universidade Federal da Grande Dourados.
Atua como professor adjunto na Universidade Federal da Grande Dourados e tem experiência em ensino na área de Botânica indígena, com ênfase na cosmologia e território indígena Guarani e Kaiowá. É membro do coletivo de cinema indígena ASCURI e dos Professores Guarani Kaiowá. Desde 2023, está como Diretor do Departamento de Línguas e Memória do Ministério dos Povos Indígenas.