
Kayapó – Cartilha de educação política
Publicação tem caráter didático sobre as diferenças entre os poderes executivo e legislativo nos âmbitos federal, estadual e municipal, detalha o funcionamento das casas legislativas, “traduz” termos específicos dos parlamentos, explica como se calcula o quociente eleitoral e oferece um passo a passo sobre o desenvolvimento de propostas de campanha tendo a sustentabilidade como bandeira política.
A tradução das cartilhas em línguas indígenas tem o objetivo de incentivar o crescimento da representatividade dos povos originários no sistema político brasileiro com a participação das lideranças indígenas nos processos eletivos.
Kayapó
Chamados por outros grupos indígenas como Kayapó (grafado às vezes como “Caiapó” ou “Kaiapó”), eles se autodenominam Mebêngôkre (aquele de origem do olho d’água) em sua língua, que pertence ao tronco MacroJê. Um povo com tradição guerreira, os Mebêngôkre vivem em um bloco de Terras Indígenas nos estados de Mato Grosso e Pará e se dividem em sete sub-grupos: Mekrãgnotí, Gorotire, Kuben-Krân-Krên, Kôkraimôrô, Kararaô, Metyktire e Xikrin.
A população atual gira em torno de 11 mil Mebêngôkre e eles estão entre os 15 maiores povos dos 305 do Brasil. Os Kayapó Mekrãgnotí ocupam as Terras Indígenas Baú e Menkragnoti, situadas no oeste do bloco de TIs Kayapó, ao norte do Mato Grosso e sul do Pará, numa área de 6,5 milhões de hectares. O primeiro contato pacífico dos Kayapó com não-indígenas (kuben) foi feito pelos irmãos Villas-Boas no final da década de 50, em Mato Grosso. Entre os Mekrãgnotí do Pará, a aldeia do primeiro contato foi a Mekrãgnotí Velho, na TI Menkragnoti. Antes disso, eles tiveram conflitos com seringueiros e caçadores de peles que invadiam seus territórios tradicionais. As aldeias, em forma circular ou semicircular variam bastante em tamanho e a maior das aldeias é a Kubênkàkre (apelidada de KBK), com uma população aproximadamente 850 pessoas, considerada a aldeia-mãe.
Tradução
Mydjere Kayapo Mekrangnotire vive na aldeia Baú, da Terra Indígena Baú e Mekragnoti. É líder de seu povo Kayapó e neto do Cacique Geral Kôkôreti. Foi Coordenador de Educação Escolar Indígena (CEEIND), do Estado do Pará, e vice-presidente do Instituto KABU. Atualmente, exerce a função de Relações Públicas do Instituto.O idioma de seu povo é o Kayapó, do tronco Jê. Ele aprendeu a ler e escrever primeiro na sua língua e só depois foi aprender o Português. Fez Curso técnico de linguística e tem muito orgulho de seu povo.